APRE

A coerência é o ultimo refúgio dos que têm falta de imaginação. Daí este ser um blog irreverente, implacavelmente iconoclásta, (onde inexplicavelmente só há adjectivos começados por i), mas cuja impunidade fica à curta distância de uma pedrada no charco da indignação...

Thursday, November 09, 2006

COMO LIDAR COM UM ÓDIO DE ESTIMAÇÃO

Os adeptos do Belenenses consideram que os clubes a Este do Restelo são Espanhois, mas há adeptos lisboetas que consideram que os clubes a Norte do Douro são Galegos, e outros gostariam que os clubes a Sul do Mondego, fossem Marroquinos. A redefinição da geografia clubistica é um sintoma de um ódio de estimação, tal como a dificuldade em pronunciar ou escrever o seu nome correctamente. Mas como lidar com este problema?
Eu tenho servido de cobaia e ao longo dos anos sujeitei-me a testes mais violentos que uma boleia no carro do Adriaanse depois de uma derrota, ou que uma tatuagem no joelho com os pitons do Petit, ou mesmo que ouvir durante 24 horas seguidas, conferências de imprensa do Paulo Bento. As conclusões milagrosas, vão poupar-vos centenas de horas em terapia:
1ºPasso: Arranjar uma companheira adepta do clube ódio de estimação (COE). Verá que as suas alegrias desportivas, acabarão por beneficiá-lo em géneros, e são o melhor bálsamo para uma aziazita.
2ºPasso: Ir trabalhar no dia seguinte a vitórias dificeis de digerir, com uma peça de roupa, uma gravata da cor do COE, mas comprada numa loja frequentada pelo Esquadrão G. Verá que achará piada trabalhar num ambiente em que todos os seus colegas têm queusar, por sua causa, daqueles óculos especiais para eclipses solares.
3ºPasso: Abrir uma conta na BWin para apostar na vitória em todos os jogos do COE. Se perder dinheiro, fá-lo-à com a satisfação de o ter feito em algo util, como se o tivesse gasto numa mariscada com amigos. Se ganhar, poderá fazer a tal mariscada, onde conseguirá rir com gosto dos timmings dos sumaríssimos do Cunha Leal, das provocações àcido-humoristicas do peace-maker Pinto da Costa, de fazer explodir de inveja um relações publicas da Al Qaeda, ou das opiniões isento-inocentes do Dias Ferreira, capazes de arrasar o ego de um cartonista Dinamarquês, ou das imaculadas nomeações e exibições da Apaf, conforme o seu trauma específico, porque sabe que no fim ainda terá a generosa sobremesa do passo 1. Exprimentem, é remédio santo.